Medida financiada no âmbito do Plano de Promoção da Eficiência no Consumo de Energia, aprovado pelo ERSE - Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos.
A análise, feita com base em indicadores maioritariamente referentes ao ano de 2022, permite compreender o setor energético em Portugal e a sua dependência do exterior.
O “Energia em Números” é uma publicação anual que reúne os dados mais relevantes e recentes do setor da energia em Portugal produzidos pela Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG) e pela ADENE - Agência para a Energia. Através dos principais indicadores estatísticos nacionais, o documento funciona como uma ferramenta que não só permite compreender melhor o efeito das políticas públicas implementadas nos últimos anos e o posicionamento de Portugal em relação à União Europeia (UE), mas também promover a literacia energética.
A publicação está dividida em oito capítulos: Indicadores Energéticos, Balanço Energético, Fatura Energética, Produção Doméstica e Transformação, Consumo, Preços, Mercados de Eletricidade e Gás Natural e Eficiência Energética.
Estas são algumas conclusões do “Energia em Números”.
Dependência energética
Portugal está energeticamente menos dependente do exterior, tendo passado de 79,4% (2012) para 71,2% (2022). Assim, Portugal posiciona-se como o 12º país com a maior dependência energética na UE, estando 8% acima da média UE-27. Até 2030, a dependência energética deve diminuir para 65%, conforme estabelecido no Plano Nacional Energia e Clima(PNEC 2030).
Consumo de energia primária
O Consumo de Energia Primária (CEP) sem usos não-energéticos aumentou 5,7% em 2022, relativamente ao ano anterior, continuando a manter-se em linha com a nova meta revista e fixada para 21 milhões de toneladas de equivalente de petróleo (Mtep) no PNEC 2030 em vigor.
Energias renováveis
Em 2022, o peso das energias renováveis na eletricidade aumentou para 61,0% (mais 2,6% face a 2021), representando 34,7% do consumo final bruto de energia (CFB). Portugal posicionou-se, assim, como o 6º país da UE-27 com o maior peso da energia proveniente de fontes de energia renováveis no CFB, e o 4º país da UE-27 com a maior quota de eletricidade proveniente de fontes renováveis.
Intensidade energética
Em comparação a 2021, em 2022 houve uma redução de 3,8% da intensidade energética da economia em energia primária, enquanto a intensidade energética da economia em energia final diminuiu 4,9%. Portugal foi o 14º país com a menor intensidade energética da economia, cerca de 5% acima da média da UE-27.
Importação de energia
Em 2023, o saldo importador de produtos energéticos foi de 6,8 mil milhões de euros o que, face a 2022, representou uma diminuição significativa de 41,9%.
Potência instalada
Entre 2012 e 2023, a potência instalada para produção de energia elétrica cresceu cerca de 21%. No mesmo período, a potência instalada das centrais de produção de eletricidade a partir de fontes renováveis aumentou 7,7 gigawatts (GW) (+69,5%), enquanto a potência instalada das centrais de produção de eletricidade a partir de fontes não renováveis diminuiu 3,4 GW (-36,3%).
A potência instalada fotovoltaica foi a que mais cresceu, tendo chegado a 3,9 GW em 2023, quase 11 vezes superior à potência instalada há uma década.
Principais consumidores de energia
Em 2022, o setor dos transportes manteve-se o principal consumidor de energia (35,4%), seguido da indústria (29,3%), doméstico (17,9%), serviços (14,5%) e agricultura e pescas (2,9%).