Regresso às aulas consciente

1.     Aguardem pela lista do professor

A pressa é inimiga da perfeição. Há artigos cuja necessidade nunca passa de moda e que são transversais a todos os ciclos, como a mochila, o estojo, o lápis e a esferográfica. No entanto, há vários outros materiais que variam de professor para professor ou de disciplina para disciplina. Aguardar pelas listas completas de material necessário é a decisão certa para quem quer fazer compras conscientes e evitar adquirir material desnecessário.

2.    Partilhar e comprar em conjunto

Disciplinas específicas, como a Educação Visual ou Tecnológica, exigem a aquisição de materiais mais dispendiosos, o que significa um elevado esforço financeiro para os pais. Uma forma de diminuir as despesas e estimular a partilha entre colegas é adquirir os materiais em conjunto, para que os materiais possam ser utilizados por vários alunos.

Para além de contribuir para a redução do consumo, esta prática permite que os alunos desenvolvam a sua autonomia e responsabilidade, e introduz e desenvolve competências como a gestão de recursos no seu dia-a-dia.

3.    Reutilizar, reutilizar, reutilizar!

Inverter a tendência do consumo desenfreado começa com a reutilização daquilo que já temos! Reunir o material de anos anteriores e verificar se se encontra em bom estado pode ajudar a reduzir a lista de material a adquirir.

Embora seja tentador estrear, anualmente, materiais escolares, comprar materiais novos tem um peso na carteira e no ambiente.

Em família, vejam os cadernos que não foram utilizados ou têm poucas folhas usadas, as canetas que ainda têm tinta ou outros materiais que estão na gaveta por estrear!

4. Planear a lancheira, evitar o desperdício

Um regresso às aulas assente na sustentabilidade não se reduz aos materiais que carregam nos estojos ou nos manuais que vão ler em sala de aula. O que os alunos levam para comer entre as aulas ou no recreio é também um ponto a considerar na gestão do consumo e do desperdício.

Há cada vez mais opções sustentáveis para o transporte e conservação de alimentos - lancheiras, termos e marmitas, guardanapos, talheres e copos. Evitar os descartáveis é o primeiro passo para reduzir o desperdício e a pegada de carbono.

5. Apostem em meios de transporte com menor pegada de carbono

No que diz respeito ao trajeto até à escola dos estudantes, 47% vai de carro com a família, 35% faz o trajeto a pé, 24% utiliza transportes públicos e apenas 1% vai de bicicleta.

O tráfego de veículos de passageiros é responsável por 1/3 das emissões globais de carbono. Apesar de ser considerada pela maioria da população o meio de transporte mais confortável e prático, utilizar transportes públicos, andar a pé ou de bicicleta é mais benéfico para a nossa saúde física, mental e financeira.

Além de serem uma opção de mobilidade rápida, eficaz e económica, os transportes públicos são um bom meio para potenciar a autonomia das crianças que, a partir de certa idade, poderão utilizá-los de forma independente ou com amigos, e a sua consciência ambiental, ao compreenderem o impacte ambiental dos seus hábitos quotidianos.

Com o crescimento exponencial da rede de ciclovias, sobretudo em ambiente urbano, andar de bicicleta é uma ótima forma de criar hábitos saudáveis de exercício físico, sem qualquer impacte ambiental.

Caso a escola seja relativamente perto de casa, fazer o caminho a pé permite passar tempo de qualidade em família e promove uma atividade física, sem que sequer se apercebam.

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Coloquem as dicas em prática mas incluam os vossos filhos na lógica por trás das decisões. Não há explicações a mais na “idade dos porquês” e introduzir conceitos como reutilização de materiais, o impacte ambiental do plástico ou das emissões de carbono é crucial para que possam perceber o impacte dos seus comportamentos e como melhorar os seus hábitos em prol do planeta.

As crianças são bastante sensíveis às questões ambientais e se houver consistência nos hábitos praticados, certamente que vão levar esses comportamentos para a sua vida adulta.