Medida financiada no âmbito do Plano de Promoção da Eficiência no Consumo de Energia, aprovado pelo ERSE - Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos.
Apesar de ter uma “reputação” associada às alterações climáticas, o carbono tem um papel essencial na vida na Terra.
O carbono está em quase todo o lado, desde as moléculas que constituem o nosso corpo ao ar que respiramos, passando pelos alimentos, plantas, rochas, oceanos e até combustíveis fósseis.
Contudo, sob a forma de dióxido de carbono (CO2), pode provocar o aquecimento do planeta caso exista em grande quantidade.
Felizmente, existem ecossistemas naturais que armazenam este CO2: os sumidouros de carbono. Mas primeiro, vamos perceber como funciona o ciclo do carbono.
O que é o ciclo de carbono?
O ciclo do carbono é o fluxo natural de carbono entre o oceano, as rochas, os combustíveis fósseis e os organismos vivos. Trata-se de um dos ciclos naturais mais importantes do planeta, pois é ele que permite que o carbono flua, mantenha um clima estável e sustente a vida.
O carbono entra e sai continuamente da atmosfera e dos seres vivos. Quando as plantas fazem a fotossíntese, absorvem CO2 da atmosfera. Quando morrem, o carbono é absorvido pelo solo e libertado novamente para a atmosfera através da decomposição.
Idealmente, o ciclo do carbono moveria o carbono pela natureza e manteria os níveis de CO2 atmosférico estáveis. No entanto, o ciclo do carbono está a mudar: devido a temperaturas cada vez mais altas, secas e atividades humanas (como a desflorestação), estamos a libertar mais carbono na atmosfera.
Como consequência, o risco de incêndios florestais aumentou, transformando as florestas em fontes de carbono, e o aumento dos níveis de CO2 na atmosfera tornou os oceanos mais quentes e ácidos, alterando as correntes, afetando os padrões climáticos globais e ameaçando as cadeias alimentares e a vida marinha. Além disso, os cientistas descobriram ainda que os microplásticos estão a reduzir a capacidade dos oceanos atuarem como um sumidouro natural de carbono.
O que é um sumidouro de carbono?
Os sumidouros de carbono são áreas ou ecossistemas que absorvem mais CO2 do que libertam, ajudando a combater as alterações climáticas. Para além dos sumidouros de carbono naturais - como as florestas, os oceanos e certos tipos de solo -, há tecnologias que permitem extrair artificialmente carbono da atmosfera, mas até hoje não se revelaram eficientes.
O oceano é considerado o maior sumidouro de carbono, graças ao plâncton, aos corais, aos peixes e às algas, mas também às pradarias marinhas, que conseguem armazenar grandes quantidades de carbono nas suas folhas, raízes e sedimento.
Em terra, as florestas absorvem carbono e libertam oxigénio em troca através do processo de fotossíntese e utilizam-no para construir novas folhas e raízes.
Apesar de cobrirem apenas 3% da terra, as turfeiras são consideradas o sequestro de carbono terrestre mais eficiente, contendo quase 30% do carbono do solo. Preservar e recuperar as turfeiras significa mantê-las húmidas para que o carbono não flutue para a atmosfera.
Infelizmente, o aumento das temperaturas pode transformar os sumidouros de carbono em fontes de carbono.
O que são fontes de carbono?
Ao contrário dos sumidouros, as fontes de carbono libertam mais CO2 para a atmosfera do que o que absorvem, como acontece com a queima de carvão para produzir eletricidade ou com a criação de gado para alimentação.
A utilização de combustíveis fósseis, a desflorestação e a manutenção de grandes explorações pecuárias faz com que a quantidade de carbono na atmosfera esteja a aumentar.
Embora os sumidouros de carbono desempenhem um papel crucial na luta contra a crise climática, se não existirem mudanças substanciais nas práticas humanas atuais, a sua capacidade de mitigar os efeitos adversos não é suficiente. Que medidas devem ser tomadas para proteger os sumidouros de carbono e alterar esta realidade?