Medida financiada no âmbito do Plano de Promoção da Eficiência no Consumo de Energia, aprovado pelo ERSE - Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos.
Criar oportunidades de emprego que beneficiam o ambiente ajuda a cumprir as metas climáticas e a promover uma sociedade mais justa. Se tudo correr bem, estima-se que possam surgir 24 milhões de novos postos de trabalho verdes no mundo até 2030.
Com os recursos naturais a esgotarem-se e os efeitos devastadores de uma crise climática a fazerem-se sentir, torna-se cada vez mais urgente uma transição climática.
Esta transição não se trata apenas de reduzir emissões, mas de garantir que esta mudança é inclusiva e justa. Isso implica transformar a economia e a sociedade e investir em soluções climáticas, como energias renováveis, edifícios sustentáveis e transportes limpos, o que impulsiona a geração de empregos verdes e mão de obra qualificada.
Afinal, o que são empregos verdes?
Os empregos verdes são empregos que contribuem para preservar ou restaurar o ambiente e o nosso planeta, quer em setores tradicionais, como a construção e os cuidados de saúde, quer em setores novos e emergentes, como as energias renováveis e a eficiência energética.
Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), os empregos verdes são aqueles que reduzem “o impacto ambiental de empresas e de setores económicos para níveis que sejam pelo menos sustentáveis” e que “podem ser criados em todos os setores e empresas, em áreas urbanas ou rurais, do trabalho manual a qualificado e em todos os países independentemente do nível de desenvolvimento”.
Os empregos verdes podem ser postos de trabalho novos ou empregos que já existiam, mas foram transformados. A lista de exemplos inclui técnicos de turbinas eólicas ou de painéis solares, agricultores, arquitetos paisagistas, engenheiros ambientais, cientistas, biólogos, especialistas em gestão de resíduos, designers de embalagens e muitos outros.
Alguns destes empregos não existiam há alguns anos e outros ainda estão por criar (ou adaptar). No entanto, para alcançar uma economia verde, criar empregos verdes é apenas parte da equação. Por um lado, estes devem ser dignos e proporcionar condições de trabalho seguras e saudáveis; por outro lado, também é preciso capacitar as pessoas para os novos empregos, ajudando os trabalhadores - incluindo os dos setores poluentes - nesta transição.
Quais são as vantagens?
Criar empregos verdes é fundamental para conseguirmos fazer as mudanças necessárias para passarmos a ser uma sociedade com baixas emissões de carbono e uma economia segura, sustentável e justa, sem dependência dos combustíveis fósseis. Os empregos verdes ajudam a:
Melhorar a eficiência energética e das matérias-primas;
Limitar as emissões de gases com efeito de estufa;
Minimizar os resíduos e a poluição;
Proteger e restaurar os ecossistemas;
Apoiar a adaptação aos efeitos das alterações climáticas;
Combater crises sociais de desemprego, subemprego e precariedade;
Criar oportunidades de emprego estáveis;
Permitir o acesso a (re)qualificação profissional adequada;
Preparar melhor os jovens para os empregos do futuro;
Beneficiar a saúde económica das sociedades.
Qual é o ponto de situação?
De acordo com um estudo conduzido pela C40 Cities e pela Circle Economy, os empregos verdes em 53 cidades mundiais correspondem a um total de 14,8 milhões (10,4% de todos os empregos).
Se as políticas certas para promover a economia verde forem implementadas, serão criados 24 milhões de novos postos de trabalho no mundo até 2030, um número muito maior do que o necessário para compensar as perdas de seis milhões de postos de trabalho noutros setores, segundo um relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
No entanto, quase metade dos jovens considera não ter as competências adequadas para lhes garantir um emprego digno nos próximos 5 a 10 anos.
Para combater o cenário de desemprego e colmatar as lacunas nas competências dos jovens, a OIT lançou um Pacto de Empregos Verdes para Jovens, juntamente com o Programa das Nações Unidas para o Ambiente e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), na COP27. As metas incluem:
a criação de um milhão de empregos verdes;
o apoio ao ecologização (greening) de um milhão de empregos existentes, através da ecologização das empresas, da melhoria das competências dos trabalhadores e da formação de novos jovens talentos;
a ajuda a 10.000 jovens empresários ecológicos na criação de empresas sustentáveis.
Quando fores grande, gostavas de ter um emprego verde?