Auditoria ao desperdício alimentar

Portugal é o 4.º país da União Europeia que mais comida desperdiça por pessoa. Em 2020, cada português desperdiçou, em média, 184 quilos de comida (quase 60 quilos acima da média europeia).

De facto, é ao nível das famílias, do consumidor final, que o desperdício alimentar se revela mais elevado. Tal facto salienta a necessidade de alteração de comportamentos por parte do consumidor e uma melhor gestão do seu consumo. 
Globalmente, se o desperdício alimentar fosse um país, seria o terceiro maior emissor de gases com efeito de estufa, qualificando-se depois da China e dos Estados Unidos. Os recursos necessários para produzir os alimentos que são perdidos ou desperdiçados têm uma pegada de carbono de cerca de 3,3 mil milhões de toneladas de CO2
O impacte ambiental do desperdício alimentar é incontestável. Para além de causar um desperdício de recursos naturais, que foram utilizados para produzir alimentos que acabam por não ser consumidos, é também um dos principais responsáveis pelas emissões de gases com efeitos de estufa. 
A decomposição dos alimentos é a principal razão que faz com que o desperdício alimentar seja um problema sério. Os alimentos desperdiçados que acabam nos aterros são responsáveis por emissões de metano e dióxido de carbono, uma vez que se decompõem na ausência de oxigénio. Quando o alimento vai para a compostagem ou se decompõe naturalmente, a sua decomposição ocorre na presença de oxigénio, não produzindo gases nocivos.
 
ATIVIDADE
Tal como as listas de compras nos ajudam a controlar o nosso consumo, listar aquilo que desperdiçamos em casa pode ajudar-nos a diminuir o nosso desperdício alimentar e a reduzir a nossa pegada de carbono.
Registar os nossos comportamentos inconscientes é uma forma de reconhecermos padrões e de que forma podemos aprender e melhorar a partir daí.
O objetivo da auditoria ao desperdício alimentar é que as crianças possam ganhar consciência da quantidade de comida que desperdiçam e ganhar sentido de responsabilidade individual, uma vez que cada elemento da família é responsável por registar o seu próprio desperdício alimentar. 
Esta atividade é também uma oportunidade de melhorar capacidades matemáticas, científicas, e até tecnológicas. Medir o volume do desperdício, verificar que alimentos são desperdiçados com mais frequência, criar e manter uma tabela de dados (manual ou digitalmente) e somar, são algumas das competências que este desafio pretende explorar.

 

Passemos da teoria à prática:
1. Ajuda os mais pequenos a desenhar uma tabela com os seguintes campos:
- Data (onde devem identificar qual o dia em que estão a fazer o registo)
- Alimento (onde devem especificar qual a comida que desperdiçaram/ deitaram fora)
- Quantidade (qual o volume da comida desperdiçada – podem definir qual a melhor métrica em família)
- Destino (onde devem identificar se o alimento foi para a compostagem, para o lixo comum, etc)

 

Se o computador já for uma ferramenta familiar, ou que queiram introduzir, a tabela pode ser construída no Excel.

 

2. Passado uns dias, analisem a vossa tabela e discutam em família os vossos hábitos e pensem de que forma podem diminuir o vosso desperdício alimentar.

 

Mantenham o registo até adquirirem hábitos sustentáveis de consumo e reduzirem o vosso desperdício alimentar ao mínimo possível.

 

Partilhem connosco as vossas auditorias e mantenham-nos a par dos vossos progressos!
 
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