Medida financiada no âmbito do Plano de Promoção da Eficiência no Consumo de Energia, 
aprovado pelo ERSE - Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos.

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O que são cidades de 15 minutos?

O objetivo é que as cidades sejam criadas ou recriadas para que, à distância de uma caminhada ou de um passeio de bicicleta de 15 minutos, as pessoas possam desfrutar do que realmente constitui a experiência urbana: acesso ao trabalho, casa, alimentação, saúde, educação, cultura e lazer. Por outras palavras, fazer com que as áreas urbanas se adaptem às pessoas - e não o contrário.

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“Já alguma vez pensaste porque é que uma rua barulhenta e poluída tem de ser barulhenta e poluída? (...) Porque é que não pode ser uma rua verde, rodeada de árvores, onde as pessoas podem encontrar-se e caminhar até à padaria e as crianças podem ir a pé para a escola?”
Este é o ponto de partida da TED Talk de Carlos Moreno, professor universitário defensor do conceito de planeamento urbano “cidades de 15 minutos”.
Nestas cidades, as pessoas conseguem chegar a todos os serviços de que necessitam - centros de saúde, mercearias, parques, local de trabalho e escola - em menos de 15 minutos de casa, seja a pé, de bicicleta ou de transportes públicos. Este modelo foi proposto por Moreno durante a COP21, em 2015, após anos de investigação sobre como otimizar a vida na cidade.
Uma cidade de 15 minutos deve ter três características principais:
  1. O ritmo da cidade deve acompanhar os seres humanos e não os carros;
  2. Cada metro quadrado deve ter muitos objetivos diferentes (uma escola é também um jardim; um jardim é também um lugar de ateliers; a rua é para peões, bicicletas e transportes públicos);
  3. Os bairros devem ser projetados para podermos viver, trabalhar e prosperar neles, sem termos de estar sempre a deslocar-nos a sítios diferentes.
 
No fundo, quer devolver a cidade às pessoas e melhorar a sua qualidade de vida. Mas quais são as propostas e estratégias em concreto?
 
Menos carros
As cidades de 15 minutos foram inspiradas pela necessidade de combater as alterações climáticas. Nestas cidades, as deslocações de carro não são uma prioridade e dão lugar às deslocações a pé e de bicicleta, que ajudam a reduzir as emissões de dióxido de carbono (CO2) e o ruído, mas também às deslocações de transportes públicos.
Neste sentido, é preciso repensar a mobilidade, sem deixar de promover a coexistência entre os diferentes modos de transporte, incluindo o automóvel. Uma das ações a implementar passa por construir mais passeios e ciclovias, promovendo a saúde e a segurança dos peões e ciclistas.
 
Mais proximidade e inclusão
As cidades de 15 minutos permitem resgatar o conceito de vizinhança - mais frequente em aldeias e pequenas vilas - de maneira a criar laços mais fortes entre os vizinhos. Apostar no desenvolvimento de uma economia local é uma das formas de aproximar as pessoas, através de um comércio justo e acessível a todos.
Além do sentido de comunidade, Moreno defende a criação de lugares em que pessoas de todas as origens, independentemente do seu género e estatuto social e económico, possam chamar de lar.
 
Mais espaços de lazer
A vida nas cidades é vibrante e criativa, por isso a experiência urbana também inclui cultura e lazer.
Para isso, o conceito fomenta a criação de mais espaços de lazer e espaços de utilização mista como hortas públicas, quintas pedagógicas, entre outros.
 
Mais espaços verdes
A ecologia também está presente nas cidades de 15 minutos. Mais parques e árvores urbanas ajudam a retirar dióxido de carbono do ar, dar sombra e arrefecer os bairros. Tudo isto é cada vez mais importante, principalmente em cidades que sofrem com o efeito de ilha de calor urbano (consequência da urbanização).
 
O exemplo de Paris
Este conceito já está a ser desenvolvido em cidades de todo o mundo, incluindo Paris.
Com a ajuda de Carlos Moreno, a Câmara de Paris planeia desenvolver comunidades de 15 minutos em toda a capital francesa até 2025, numa estratégia mais ampla para reduzir o número de carros e a poluição do ar. As medidas incluem:
  • Revitalizar as principais praças públicas para que haja mais espaços verdes para os peões;
  • Remover 60.000 lugares de estacionamento até 2024 e restringir a circulação para os automóveis em determinadas zonas;
  • Criar ciclovias em cada uma das ruas da cidade e implementar programas de bicicletas partilhadas;
  • Alargar o horário das creches;
  • Converter infraestruturas existentes, como, por exemplo, laboratórios digitais em centros desportivos ou tornar escolas em centros comunitários à noite e aos fins-de-semana;
  • Estimular o comércio local - a Câmara adquiriu lojas privadas que colocou a concurso para estimular a produção local na área da alimentação, cultura, artesanato e serviços (como entregas e pequenos arranjos);
  • Apostar na agricultura urbana, por exemplo através de hortas nos telhados (como no telhado da Ópera de Paris), de paredes vegetalizadas e de um programa que põe a concurso uma série de locais sem uso na cidade para quem os quiser cultivar, ou arranjar ideias de cultivo. Segundo Moreno, a cidade já conseguiu libertar 100 hectares (cem campos de futebol) para agricultura urbana.
 
As cidades de 15 minutos permitem-nos recuperar não só o nosso tempo, mas também a nossa saúde, o nosso bem-estar e as nossas comunidades. Onde vives consegues chegar aos serviços essenciais em 15 minutos? O que precisa de mudar?
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